Como eliminar barreiras cognitivas na experiência do usuário

Uma experiência pode ser projetada, mas cada usuário vai experimentá-la de um jeito único. A razão pela qual toda experiência tem o potencial para ser única ao usuário é, em parte, porque o modelo de cognição é próprio de cada pessoa.

Cognição é o processo de conhecer. Nós trabalhamos com nosso sistema cognitivo a todo momento e também de forma involuntária. Em uma fração de segundo podemos ter processos cognitivos acontecendo simultaneamente como memória, atenção, categorização, resolução de problemas, tomadas de decisão e linguagem. É importante entender como nosso sistema cognitivo acontece porque é através dele que nosso trabalho de design é consumido pelas pessoas.

Nesse texto, vamos falar um pouco de psicologia no design e entender a importância de conhecer nosso sistema cognitivo ao projetar experiências

Barreiras cognitivas na interface

Nós projetamos experiências para que pessoas se relacionem de uma maneira controlada com objetos. Mas pessoas são emotivas, impulsivas, têm as próprias vontades, necessidades e não é tão fácil ter controle disso. Ao planejar um produto levamos uma grande quantidade de variáveis em consideração e precisamos entender o modelo mental médio das pessoas que vão viver essa experiência.

É importante que não haja nenhuma barreira cognitiva no uso de uma interface. A barreira cognitiva é algo que impede o usuário de realizar uma ação essencial para completar seu objetivo. Algumas barreiras cognitivas são breves e momentâneas, duram o tempo de um usuário pensar e entender o que ele deve fazer ou como fazer. Quanto menos o usuário precisar pensar, melhor.

 

Diversos aspectos devem ser levados em consideração para que essas barreiras não criem danos à experiencia. Veja algumas dessas barreiras e confira as recomendações da equipe da Homem Máquina para eliminá-las.

1. Número de etapas

Apesar de ser a barreira mais lembrada, é provavelmente a interpretada mais erroneamente. Ter um número menor de cliques para chegar a um objetivo não é necessariamente a melhor opção. O número de passos deve ser balanceado para melhorar o entendimento de uma experiência e nem sempre fazer tudo de uma só vez resolve o problema.

Nossa dica: É importante saber quando adicionar e quando remover etapas. Muitas etapas fáceis podem criar menos barreiras cognitivas que apenas uma longa e difícil etapa. O envolvimento das pessoas com a experiência deve ser crescente até chegar ao seu objetivo.

2. Tamanho da informação

O tamanho da informação precisa ser apropriado para cada experiência. Entender que existe um reconhecimento da informação linguística vai assegurar que você não projete algo que leve muito tempo para entender como funciona ou fique prolixo.

Nossa dica:  Se você precisa passar muita informação, certifique-se de que ela não terá que ser consumida de uma forma dolorosa. Faça as pessoas entenderem sua ideia gradativamente e conduza a informação para que o aprendizado seja concluído sem esforço.

3. Dificuldade

Quando nos deparamos com tarefas rotineiras a gente “liga o automático” e conclui da forma mais rápida possível. Isso também nos permite afirmar que quando uma etapa é importante e pode ter consequências mais sérias ela pode desacelerar nosso ritmo para pensar duas vezes antes de concluir a ação. Tarefas difíceis precisam de mais atenção, mas também podem gerar desistência e rejeição.

Nossa dica: Devemos evitar atividades complexas, mas também podemos criá-las propositalmente para ganhar a atenção do usuário para uma tarefa específica. A dificuldade pode ganhar sua atenção e, consequentemente, aumentar a qualidade da resposta, mas não deve assustar ninguém.

4. Número de escolhas

Entender os pontos pivô nas decisões naturais das pessoas e como manipular os elementos que levam à decisão são a chave para assegurar que os usuários tomarão rapidamente a escolha correta. Os sites de e-commerce mais efetivos, por exemplo, focam em levar os usuários até o produto que esta procurando antes de bombardeá-los com produtos relacionados.

A memória humana em uso constante é limitada. No livro “The Magical Number Seven, Plus or Minus Two: Some Limits on our Capacity for Processing Information“, George A. Milles defende que a maioria das pessoas têm a capacidade para lembrar simultaneamente de 7 coisas.

Nossa dica: Pessoas tendem a ficar assustadas e pressionadas por ter que escolher entre muitos itens. Faça algumas perguntas e ajude-a a tomar a melhor decisão oferecendo menos itens, porém mais relevantes.

Conclusão

O design da experiência está diretamente relacionado com a forma com que os usuários encontram e consomem informação. Entender os processos cognitivos ao consumir conteúdo e usar interfaces é extremamente importante para arquitetar uma experiência próxima do ideal.

 

 

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