Are you eating your own dog food?

Você já ouviu a expressão “Are you eating your own dog food?” alguma vez? Se ainda não, é normal estranhar uma frase cuja tradução não faz muito sentido. No entanto, ela tem um significado muito interessante para quem trabalha com softwares e com a tão importante usabilidade para os clientes.

A expressão, que também pode ser reduzida para “dogfooding” fazendo ainda menos sentido por quem não conhece o contexto, surgiu na década de 80, sendo usada pela primeira vez pelo gerente da Microsoft, e desde então se tornou uma expressão muito interessante, que nos traz uma reflexão necessária. O objetivo é refletir se um desenvolvedor está usando o seu próprio produto de software no dia a dia de sua empresa.

Qual a importância de se pensar sobre o dogfooding dentro da empresa?

Seja para fins de execução de atividades ou apenas para testes antes do lançamento, é muito importante utilizar o software dentro de sua equipe, antes de levá-lo até o cliente. Quando pensamos no desenvolvimento de um software e na usabilidade deste, é importante que apliquemos essa ideia no dia a dia da empresa.

Não há forma melhor de descobrir um erro ou uma forma de melhorar um software do que usando ele em suas funções diárias. Na prática, é possível visualizar todos os elementos trabalhando em conjunto e poder identificar o que é necessário ajustar. Por mais que com um outro software possa parecer mais simples de executar a tarefa, é necessário “experimentar o seu próprio dogfooding” para pensar em formas de deixá-lo mais mais funcional.

A diferença entre o papel e a prática

No papel as ideias parecem perfeitas. Tudo se encaixa e funciona no mais completo equilíbrio. No entanto, quando essa ideia sai do papel e passa a ser aplicada no dia a dia de uma empresa, os erros começam a surgir. Sejam pequenos erros de execução, até mesmo uma interface nada intuitiva, que podem prejudicar ou dificultar todo o trabalho da equipe.

Nesse contexto, só é possível identificar esses erros ao tirar essa ideia do papel e executá-la com pessoas que participaram do desenvolvimento do projeto (e também com quem nunca participou). Além disso, quando você usa o seu próprio software, você mostra que acredita no projeto e que ele possui seu valor, afinal o desenvolvedor está vendo o produto do ponto de vista do cliente.

Entenda os principais benefícios do dogfooding dentro da empresa

Aplicar o seu próprio produto pode não ser uma tarefa fácil, mas é algo que traz muitos benefícios para a empresa, como por exemplo:

  • Maior sensação de confiança com o produto: 

Se o próprio desenvolvedor confiou e usou, então o produto também é bom para pessoas com a mesma necessidade. Além disso, não há situação mais constrangedora para um desenvolvedor do que um cliente questionando por que ele prefere usar o software de um terceiro do que o seu próprio software. Isso dá a sensação de que o desenvolvedor não confia em seu produto. E se ele não confia, quem vai confiar?!

  • Maior proximidade com o cliente e facilidade de identificar erros: 

Se você se coloca no lugar do cliente, você pode identificar pequenos erros de usabilidade que podem ser facilmente resolvidos, mas que na prática podem afetá-lo muito. Por isso, ao se colocar no lugar do cliente, a relação com ele se torna mais próxima. Afinal, você consegue entender quais as verdadeiras necessidades dele.

Infelizmente, também há pontos negativos com o dogfooding

Como nada é perfeito, há alguns pontos negativos ao usar o seu próprio software e usar isso como teste, antes de apresentar o produto para o cliente. Os principais pontos negativos são:

  •  A sua equipe não representa exatamente o seu cliente 

Nem sempre a sua equipe representará o seu cliente. Por mais que esteja usando o mesmo software, as necessidades do cliente podem ser diferentes. Pode acontecer de o seu produto ser totalmente usual para a sua equipe e nada usual para o seu público alvo. No entanto, o contrário também pode acontecer: o software que mais atrapalha do que ajuda a equipe, pode ser o que o seu cliente alvo precisa para aquele momento, atendendo a todas as suas necessidades.

  •  A visão que você tem de seu projeto pode mudar (para pior)

Como foi citado anteriormente, há uma grande diferença entre uma ideia no papel e uma ideia funcionando. No papel, pode ser que o seu software tenha sido um dos seus melhores projetos desenvolvidos, mas quando chega a prática, esse software acaba decepcionando o próprio desenvolvedor. Nesse caso, não há muito o que fazer além de pequenos ajustes e pedir que outras pessoas da equipe usem e dêem suas opiniões.

O que fazer se o seu dogfooding não for bom?

Infelizmente, é errando que se desenvolve um software de qualidade e usual. Se mesmo após meses desenvolvendo o projeto, na hora do teste você perceba que ele não parece assim tão bom, não desanime. Essa é a hora de errar! Lembre-se sempre de que:

  • Esse produto pode não ser bom para você, mas pode ser exatamente o que o seu cliente procura;
  • Há uma grande diferença entre a ideia projetada e a ideia executada, e infelizmente só é possível descobrir testando;
  • O teste no dia a dia é o momento ideal para identificar erros e entregá-lo da melhor forma para o seu cliente final;
  • Se colocar no lugar dos clientes não é uma tarefa fácil, mas é necessária, por isso todas as equipes da empresa devem participar desse teste.

Após toda essa reflexão, que foi iniciada por uma simples expressão que, para quem não é da área soa “sem sentido”, podemos ver a importância do dogfooding para a empresa, pois, diferentemente da tradução dessa expressão, essa prática faz todo o sentido.

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