Qual é o nível de maturidade da sua empresa quando se trata de design?

Cada empresa tem seus próprios processos, equipes e metas. É importante considerar todas essas variáveis ao adicionar a prática e produção do bom design na sua cultura, mas antes de tudo, é preciso medir o nível de maturidade da empresa quando se trata de design.

Depois de anos de experiência trabalhando com empresas de diversos tamanhos, setores e contextos, conseguimos identificar algumas barreiras recorrentes no processo de adoção de práticas voltadas para o design nos processos internos e produtos oferecidos.

Vamos dar uma olhada nos cinco níveis de maturidade e nas ferramentas indicadas para superá-los. Nesse modelo você vai conseguir o quanto longe sua empresa conseguiu ir se tratando de design. É possível que os níveis aqui apresentados não cubram todas as situações de todas as organizações, mas identificam as barreiras mais comuns que impedem sua evolução.

Nível 1. As barreiras involuntárias

Quando o design não é tratado de forma proativa

O pouco design que a empresa oferece só aparece como consequência de outras ações de TI que não têm como objetivo principal aperfeiçoar o design. As barreiras mais comuns aqui são a ignorância e negligência. É quando não há material humano na empresa com noções mínimas de design ou quando não há vontade de investir nisso por acharem que não haverá retorno.

Solução: Treinamento formal (cursos, eventos, etc) ou informal (apresentações internas, leituras etc).

Nível 2. As barreiras auto-referenciais

Projetando para usuários fictícios

Quando os desenvolvedores projetam como se os usuários pensassem e agissem como eles você acaba criando produtos centrados em usuários idealizados e longe da realidade do mercado. Nesse nível, o design começa a fazer parte das comunicações públicas da empresa, mas não está sendo efetivo.

As empresas nesse nível geralmente estão começando a acreditar que investir em design trará retorno. Se ele não é colocado em prática da maneira certa e as falhas não são identificadas, a gerência pode deixá-lo de lado pela frustração do investimento jogado fora, fazendo a empresa regredir ao nível 1.

As barreiras mais comuns aqui são o tempo curto e restrições de recursos que limitam a fase de investigação de um projeto.

Solução: Se o projeto ainda não saiu do papel, é importante validar a ideia. Se é um produto digital que já existe, os testes com usuários vão evidenciar as falhas críticas na experiência que impedem que o investimento tenha valido a pena.

Nível 3. As barreiras do processo

Falta uma metodologia consistente

Nesse nível, onde existe uma pessoa ou uma pequena equipe interna focada em design, é possível que alguns testes com usuários, análise de métricas e expansão já tenham sido feitos mas são raros ou não seguem a metodologia correta.

As barreiras mais comuns aqui são a falta de expansão e aprofundamento dos métodos complementares. As técnicas que estão sendo implementadas não estão sendo uma parte consistente no processo de design. Não há uma rotina: os processos não são replicados em todos os projetos e as técnicas complementares não estão sendo aplicadas conforme a necessidade.

Solução: Quantificar os testes com usuários e métricas para medir resultados, comparando projetos onde as técnicas de design foram aplicadas com aqueles onde não foram.

Nível 4. As barreiras da oferta

O design não é escalável

Empresas nesse nível têm uma equipe de designers com especialidades diferentes. Uma boa quantidade de técnicas são aplicadas e testes com usuários são uma parte consistente nos processos

As barreiras mais comuns são problemas relativos à escalabilidade do design. O valor dele é reconhecido e departamentos diferentes da organização estão pedindo cada vez mais recursos e técnicas. É difícil para a equipe atender essas demandas, geralmente porque o design ainda é um serviço interno em vez de uma área estratégica com seu próprio orçamento e poder decisório.

Solução: Nesse nível, é muito importante que as métricas estejam linkadas aos indicadores-chave de desempenho (KPIs) para expôr o impacto que o design proporciona na melhora dos processos da organização.

Nível 5. Barreiras decisórias

Quando o CEO não concorda com você

Parabéns! O design já está no mesmo nível de importância que o Marketing e Finanças. Já é parte da cultura da empresa e participa ativamente nas fases de descoberta e desenvolvimento de produtos e serviços.

As barreiras mais comuns aqui aparecem na fase de consolidação do design como uma área estratégica junto à organização. Em geral, as barreiras aparecem nos conflitos de profissionais de gerações diferentes e ignorância de executivos senior, incluindo o CEO.

Solução: Mostre como o design melhora a ROI (return of investment). Isso sempre será o melhor argumento!

Desenvolvendo maturidade

Os níveis de maturidade são como uma escada que você deve subir um degrau por vez. Se uma empresa tem um ambiente com barreiras auto-referenciais (projetam para usuários idealizados), não tem como ela passar pro nível 5 sem antes resolver os problemas de níveis inferiores. Em cada etapa ganha-se experiência e habilidade que vão alterar os processos internos e integrar de profissionais com perfis diferentes dentro da empresa. É um processo contínuo que pode levar anos.

Organização de objetivos e balanço de poder

Tenha isso em mente: quando se deseja atingir níveis mais altos de maturidade, é impossível não mudar a organização de objetivos e balanço de poder da organização.

Mudar os objetivos significa incorporar mais variáveis na equação financeira do negócio. Quando o ciclo de desenvolvimento de produtos passa a ser centrado no usuário, ele vai contar com fases de investigação, pesquisa, descoberta, design e suporte que vão ter um custo. A empresa deve entender que os usuários são a variável mais importante para bater metas, e reconhecer a importância desse investimento.

Alterar o balanço de poder afeta todos os níveis hierárquicos, especialmente a média e alta administração (incluindo o CEO). Em empresas fortemente centradas na alta cúpula, mudar o balanço de poder pode ser difícil e demanda transformações graduais. Sempre apoiadas consistentemente por resultados positivos.

Qual é o nível de maturidade da sua empresa?

Reconhecer o nível de maturidade de uma empresa é necessário quando se quer construir um plano de ação pra incorporar o design na cultura de uma empresa.

Pode ser que uma empresa não se encaixe em algum nível desse modelo, mas, como dissemos, essas são as barreiras mais recorrentes, não as únicas! Sua empresa se encaixa nesses diagnósticos? Queremos conhecer o seu caso específico, deixe seu comentário!

 

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