Donald A. Norman é um mestre quando o assunto é ciência da computação e ciência cognitiva. Professor universitário emérito da Universidade da Califórnia, em San Diego, e da Universidade Northwestern, em Illinois, Norman dedicou grande parte de sua vida aprendendo sobre engenharia de usabilidade, termo utilizado por especialistas para determinar o campo de estudo interessado em desenvolvimento de produtos digitais úteis e fáceis de usar, diminuindo as distâncias entre a compreensão do homem sobre o computador.
Há vários princípios de design para criar um modelo eficiente; Norman apresenta 6 indispensáveis em seu livro “Design do dia-a-dia”, uma obra de referência para quem quer aprender sobre como desenvolver ferramentas de utilidade para vários grupos sociais aproveitarem melhor a tecnologia.
Publicado originalmente em 1988, o livro do cofundador da empresa Nielsen Norman Group, causou um boom no mercado da engenharia de produção e também da publicidade. A capa impactante com um bule feito pelo artista plástico Jacques Carelman ironiza e exemplifica perfeitamente o quanto um utensílio simples pode ser eficiente se possuir o design adequado – o que não acontece na ilustração, uma vez que a haste para segurar e o mecanismo para sair água estão do mesmo lado do bule.
Atualmente as invenções também evoluíram, tornando-se mais digitais do que físicas, mas impactando diretamente na vida de milhões de pessoas tanto quanto as antigas invenções. Softwares e aplicativos são criados diariamente para atender novas necessidades do público afoito por mais praticidade e rapidez em seu cotidiano. Em “Design do dia-a-dia“, Donald Norman já previa o quanto a engenharia de criação passaria a ser cada vez mais voltada à utilidade do que ao luxo.
Para o autor, mais do que criticar a invenção de alguém, julgá-la útil ou não, é preciso fazer melhor, ter ideias mais ricas em detalhes, adiantar possíveis problemas e ter sempre em mente a necessidade de cumprir o que fora prometido ao consumidor final.
Donald Norman pesquisa até hoje maneiras de melhorar ainda mais a experiência do usuário para atender as demandas do consumidor. Vamos agora conhecer 6 dos seus princípios de design:
1. Visibilidade
As pessoas só vão consumir e indicar um produto que elas conheçam e saibam como utilizar da forma mais eficiente possível. A escolha de ícones é um bom exemplo disso: um aplicativo de comida deve apresentar relação com o universo culinário para atrair a atenção do consumidor, fazer com que ele clique ali. Pode ser um ícone de pizza, por exemplo. Ou então, se o aplicativo for para venda de comida saudável, tons de verde são os mais indicados para reforçar a ideia para o consumidor.
2. Feedback
É necessário criar um mecanismo que dê ao consumidor a mensagem que o aplicativo, página ou software está trabalhando para cumprir a função que lhe foi dada. Pode ser um círculo girando, um sinal de reticências, um som, uma mudança de cor, algo que passe a ideia de resposta imediata. Um bom feedback deve ser simples e eficiente.
3. Affordance
O consumidor precisa olhar para a aparência de um produto e saber como utiliza-lo. Psicologicamente, isso gera um reforço positivo para o usuário e, por isso, o produto precisa ter um design fácil o suficiente para que a maioria das pessoas consiga entende-lo.
O conceito de affordance está relacionado com a acessibilidade do design para o cliente: ele precisa intuitivamente saber como o site funciona e quais são seus diferenciais, o que só é possível por meio de ferramentas eficazes.
Se o cliente se sente frustrado com o design do site, ele rapidamente busca outro mais fácil. O desenvolvimento de algo prático e intuitivamente simples de usar é a chave do sucesso para quem deseja vender um produto ou serviço.
4. Mapeamento
Mapeamento é a relação entre controle e efeito das ações do usuário. Um bom design mostra para o usuário que suas ações estão tendo efeitos. A barra de rolagem é um exemplo prático: ela é o símbolo do controle da direção em que você se encontra numa página e, ao mesmo tempo, causa a resposta de efeito imediato ao ser tocada.
5. Restrições
Quando criamos um design precisamos pensar nas restrições que o produto pode ter. Algumas são claras, como o tamanho da tela de um celular, outras acontecem de acordo com escolhas e renúncias do processo criativo. É preciso ponderar para decidir o que vale a pena ou não em um projeto de design.
6. Consistência
Atender bem para atender sempre! Um bom design deve fazer com que a mesma ação gere sempre a mesma reação. Reflita sobre o ícone do botão desligar dos softwares, eles sempre têm o mesmo layout, assim tudo é facilitado para o consumidor.
A identidade da marca também precisa ser consistente, os logos têm poder e reconhecimento, por isso, cores e formatos devem ser essencialmente mantidos, renovados, no limite, de tempos em tempos,apenas para acompanhar tendências estéticas de cada época.
Conclusão
Com o crescimento do mercado digital, transportar a identidade física para o mundo virtual tornou-se essencial para toda empresa que deseja expandir seu número de clientes. Como o consumidor guardará a marca? Através de um design marcante e uma excelente experiência do usuário.
As 6 diretrizes apresentadas acima fornecem o esboço básico para uma ótima experiência e design de sites, aplicativos e softwares incríveis.
Saiba mais sobre a possibilidade de expandir seu negócio por meio de um design estratégico.